A Sorte está Lançada - por Allan Roberto

E chegou dezembro. O ano velho se finda e o novo se aproxima. A maioria das pessoas durante essa semana quando se perceber já em dezembro dirá assustada que 2013 passou muito rápido. Verdade. Passou rápido. Mas não mais rápido que os demais anos anteriores. Todos no mesmo ritmo cronológico. Apenas nossa percepção é que varia conforme nosso estado existencial do momento. Mas a vida é assim mesmo – efêmera, transitória, passageira... rapidamente passageira. E tudo nela também. Quando menos se espera, já passou. E existe coisa mais efêmera que o poder e seu exercício. Esse mesmo é que passa rapidamente.



E por se falar em tempo de exercício do poder, já vamos ter o aniversário de um ano da atual gestão municipal – o “governo Totonho Chicote”. Se essa gestão fosse uma pessoa destinada a viver 100 anos, esse indivíduo agora faria 25 anos, ou seja: vai-se completar um quarto do tempo total do governo, 25% de seu tempo previsto legalmente para durar. E trata-se de um governo eleito com enorme expectativa popular sobre si e para com seu desempenho, um governo que travou uma aliança de responsabilidade social de grande amplitude durante a campanha eleitoral e que assumiu com o povo de Pedreiras um compromisso irrevogável com o progresso social, político e administrativo para nossa cidade, pois capitalizou como nenhum outro ente afim nos últimos 20 anos o sentimento de renovação, mudança e esperança de nosso povo. Portanto,por todas essas razões que o fazem de importância histórica ímpar, faz-se necessário uma profunda e vasta avaliação político-administrativa desse governo em seus vários aspectos e por vários prismas: técnico, político, administrativo, social, institucional e popular.


Vivemos numa sociedade livre e em pleno estado democrático de direito. A coisa pública, como o nome já diz, é de todos. Os agentes políticos que a ela administram são apenas procuradores do povo para exercerem um poder político e administrativo que é desse povo de forma legítima, intocável e sem nenhuma chance de usurpação indevida e que ele delegou para que o exerçam em benefício da coletividade de forma justa, honesta, transparente e eficiente.Nada mais normal e necessário do que uma análise do primeiro ano de uma gestão pública tão almejada e observada.


Mesmo que eu esteja somente com 42 anos, tenho um curso de vida política algo extenso. Sou cidadão pedreirense por naturalidade e iniciei minha vida política aos 17 anos no movimento estudantil secundarista em São Paulo em 1987, militei no Partido dos Trabalhadores-PT da campanha vitoriosa de Luíza Erundina à Prefeitura de São Paulo em 1988 até 1998; passei ainda pela política estudantil como dirigente do centro acadêmico de minha faculdade e depois como dirigente da Direção Executiva Nacional dos Estudantes de Medicina-DENEM-Sudeste e da União Nacional dos Estudantes-UNE. Retornando a Pedreiras, fui militante dos movimentos sociais e políticos da região desde 1996; em 2000 fui eleito o vereador mais votado daquele pleito eleitoral municipal e fui Chefe do Poder Legislativo Municipal desse município nos 04 anos daquela legislatura; fui secretário municipal no primeiro ano do governo Lenoílson Passos;sou ex-presidente de partido político, ex-coordenador de campanhas eleitorais municipais e regionais.Nas articulações políticas pré-convencionais e da pré-campanha municipal que elegeu o atual governo, fui articulador da aliança que garantiu o apoio do grupo político do deputado Raimundo Louro à candidatura Chicote, selando irreversível e inequivocamente a viabilidade eleitoral daquele projeto.
Somente por ser cidadão pedreirense tenho legitimidade para tanto. Por ter empenhado apoio político à candidatura que se fez governo, mais ainda. E meu curriculum vitae político me habilita à missão.


Na verdade, vários cidadãos, agentes políticos, lideranças do governo e da oposição vêm me conclamando a fazer isso há uns 60 dias, apesar de eu já estar disposto a fazê-lo desde o início da gestão. O mesmo fiz no governo Lenoílson nos primeiros 100 dias. O processo democrático carece dessas análises conjunturais para se consolidar. Os governos idem. A dialética é imprescindível para o bem governar.


Encaminharei até 15 de dezembro a todos os detentores de cargos do primeiro e segundo escalões do governo, aos vereadores, às lideranças e segmentos da oposição, às entidades da sociedade civil organizada e demais lideranças populares e instituições um expediente em que solicito a opinião desses agentes políticos e suas impressões conjunturais e específicas sobre o governo municipal nesse primeiro ano, seus avanços, inovações, progressos, realizações, deficiências, retrocessos, dificuldades, potencias, limitações e o ainda a fazer. Espero que o pessoal do governo efetiva e massivamente responda para que possamos tê-lo bem analisado em todos os aspectos, pois uma análise política não se faz apenas ouvindo um ou dois lados e nem sem dados objetivos e reais. Mas de uma forma ou de outra será realizada, contribuindo ou não como deve cada ator desse processo coletivo.


Reconheçamos que o governo passa por percalços como qualquer outro em seu primeiro ano. Governar não é tarefa fácil. E o primeiro ano é o mais difícil. Mas o que de fato está acontecendo que faz a sociedade andar tão frustrada com a gestão atual? Não é cedo para tantas críticas e desolação? O que prenuncia que é tão grave e pode ser irreversível para comprometer o sucesso político e administrativo de Totonho? Será se a expectativa popular é exagerada perante a realidade financeira, funcional e administrativa do município e a possibilidade real de executar o que se espera tanto do governo? Há descompromisso, corrupção, ingerência, incompetência? Pretendo analisar tudo isso e muito mais, área a área, aspecto por aspecto, figura por figura do governo e do panorama político local. Com certeza a análise vai gerar um relatório extenso, que poderá ser publicado de uma só vez ou por partes. A publicação será em qualquer data de janeiro próximo nessa coluna e nas demais que escrevo e estará também disponível nas redes sociais e veículos de imprensa locais. Qualquer cidadão, identificando-se ou não, poderá contribuir com informações, opiniões e documentos que dispõe e que venham a contribuir para o propósito enviando-me para meus e-mails abaixo informados. Aos que se identificarem e exigirem sigilo terão resguardados esse direito.


Não pretendo cometer injustiças nem fugir á verdade. Não tenho medo de quaisquer represálias. Muito de perder empregos. Não alieno, alugo ou vendo minha consciência por nada. Represálias já vieram sobre mim no governo Edmilson, Raimundo e Lenoílson e eu sobrevivi a elas. Eles deixaram de ser prefeitos e eu nunca deixei de ser Allan e médico. Só temo a Deus e não tenho compromisso com o erro nem sou refém de qualquer governo ou liderança política. Tenho valor; não tenho preço. Acredito em Deus, na vida, na justiça e no ser humano como expressão maior do poder divino. Sendo assim, que não me entendam mal, um lado ou outro, pois só estou cumprindo o meu papel de cidadão e usando os meus talentos naturais em benefício de todos. Que os pistoleiros ideológicos venham! E que se inicie o debate. Alea jacta est!!!


Allan Roberto Costa Silva, médico, ex-Vereador-Presidente da Câmara Municipal de Pedreiras, membro da Academia Pedreirense de Letras-APL e da Associação de Poetas e Escritores de Pedreiras-APOESP. E-mails:allanrcs@bol.com.br e arcs.rob@hotmail.com


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