O país tenta entender o ato do jovem Wellington na última quinta-feira na escola municipal Tasso da Silveira, em Realengo (Rio). Enquanto isso, a mídia trata o ato com o sensacionalismo podre de sempre. Além de, mais uma vez, utilizar a tagédia para obter a maior audiência possível a velha monarquia midiática cria inúmeras formas preconceituosas de vender a imagem do jovem afirmando que ele seria portador de HIV, religioso islâmico (reafirmando o rótulo de radicalismo criado para os islâmicos) e "nerd" por ter sua vida social supostamente baseada na Internet. Ou seja, um verdadeiro show de horror, como se já não bastasse o fato em si. Aí surge uma carta deixada por Wellington e a mídia continua sua trilha de achismos irresponsáveis e difamatórios tentando dar o veredito para o caso. Uma interminável seção do tribunal, de exceção, midiático. Claro que não poderia faltar também a manifestação daqueles eleitos pelo povo. Eis que surge o eterno senador e nosso conterrâneo José Sarney, Maranhense e eleito pelo Amapá, afirmando se tratar de um o ato de “terrorismo” e, dentre outros absurdos, afirma ser necessário que se coloque no currículo das escolas a disciplina “segurança pública” (como se as escolas que temos já não fossem verdadeiros presídios recheados por portões, chaves e cadeados por todos os lados). Saia de seu gabinete, "senador", e conheça o que é uma escola pública no nosso país! Existem inúmeras possibilidades para se compreender o que ocorreu em Realengo mas para tanto não podemos agir de forma irresponsável e preconceituosa. É um fato que chama a atenção para o entendimento e a convivência da sociedade brasileira. Raros são os meios de comunicação que estão se propondo a isso. É necessário refletirmos sobre as referências sociais que possuímos. Vivemos em uma sociedade doente, sem perspectiva de respeito ao ser humano. O único respeito que se tem é o lucro! O suce$$o a todo custo! Não se quer mais ser, apenas ter! A sociedade acredita nisso e a mídia e a escola que temos são apenas reflexos disso. E essa mesma sociedade, absolutamente cega, não percebe que tudo isso retornará contra ela. Acreditamos que tudo se resolve com mais segurança, mais câmeras, mais cadeados e mais hipocrisia! Enquanto não focarmos na nossa condição (a humana!), infelizmente atitudes como a de Wellington se repetirão. É preciso dizer não ao "Sensacionalismo barato e oportunista" retornando nossos ideais para o mundo do ser, exorcizando o mundo do ter!
Um comentário:
Concordo plenamente com tudo o que disse....
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