NÃO PODEMOS PERDER A GUERRA CONTRA AS DROGAS

 Uma vez dentro do “esquema” das drogas, fica difícil sair. Por esta razão, todos os dias se tem notícia de pessoas , a maioria homens e ainda jovens que pagaram dívidas a traficantes com a própria vida. Ou o mais absurdo: perderam parentes como “juros” ou como parte do pagamento. Traficantes não costumam tolerar infidelidade, denúncia, concorrência ou traição. Pais que perdem filhos, mães que choram os seus meninos, mulheres que vêem os companheiros mortos. Famílias inteiras destruídas pela rede criminosa que vem se fortalecendo cada vez mais em todo o País. Em Pedreiras, não é diferente. O ciclo, em geral, começa com um convite que parece inocente. “Um traguinho só”, que meses depois, vira dívida. Aí vem o envolvimento macro no crime: furtos, roubos, assassinatos. Tudo vale para não dever ao distribuidor. Vale roubar, matar. E aí, o viciado virou refém, para sempre. O resultado: homens e mulheres brutalmente assassinados por motivos que se relacionam, direta ou indiretamente, com o tráfico. As execuções, todas sumárias, para não ocorrer dúvidas de que pudessem as vítimas sobreviverem. Em muitos bairros de Pedreiras o tráfico domina e apavora a comunidade. Apesar da ameaça ser constante, a população se cala, por medo. Quem fala, sofre represálias e ameaças de morte. Pessoas, nos mais diferentes lugares, em bairros considerados pacatos, em famílias ditas “equilibradas”, são surpreendidas pela violência promovida pelas drogas. Adolescentes e jovens, na ilusão do prazer, com a vontade de descobrir e de sentir “novas sensações”, são facilmente tragados por substâncias que têm a capacidade de transformá-los em verdadeiros escravos e ainda levá-los a praticar atos violentos, dentro e fora de casa. A grande oferta de drogas e a difícil missão dos órgãos repressores em coibir ações criminosas de compra e venda dessas substâncias, muito contribui para a proliferação desse mal.  A falta de perspectiva do jovem num mundo de concorrência infernal, valores invertidos, desinformação, desigualdade social, falta de empregos, ausência de referenciais positivos também contribuem. A família é a maior sofredora e a maior perdedora nessa guerra. O lar é o ambiente ideal para se promover a prevenção. Acredito que a saída está na construção de relações fortes, diálogo, troca de informações, interesse no outro, criação de oportunidades para uma maior aproximação entre as pessoas, a começar em casa. É uma luta de todos nós

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