Artigo do Governador Flávio Dino
Celebramos neste domingo a Páscoa, uma das mais importantes datas do
calendário cristão. Tempo de comemorar a vitória da Vida sobre a morte,
representada na ressurreição de Jesus, após o Calvário da Sexta Santa. A
Páscoa renova a certeza de que a Verdade sempre se sobrepõe às falsas
palavras.
A força da Páscoa que move cristãos no mundo todo vem da reafirmação,
ano após ano, do princípio universal de renovação da Vida. Após o
período meditativo da Quaresma, vem o momento de celebrar esse bem
máximo. Jesus Cristo nos deu o exemplo ao mostrar que nem a morte é
capaz de suplantar a Vida, pois ela segue eterna em outro plano e
compartida entre todos.
Tendo podido usar toda sua força divina contra os que o acusavam,
Jesus Cristo escolheu cumprir a condenação imposta pelo imperialismo
romano e apoiada pela maioria da população. Foi torturado e morto no
calvário lembrado em vários pontos do Maranhão durante a Sexta Santa,
como na emocionante Via Sacra do Bairro Anjo da Guarda, novamente um grande sucesso neste ano, que tivemos a alegria de apoiar.
Jesus corroborou a humildade que já havia nos deixado de exemplo
quando se ajoelha para lavar os pés de seus discípulos. E ensina-os a
repetir a missão. “Portanto, se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés,
também vós deveis lavar os pés uns dos outros” (João 13,14). É o
exemplo que tem sido revivido mais recentemente pela grande liderança do
Papa Francisco, com a feliz idéia de lavar os pés de refugiados,
sinalizando que exatamente os mais humilhados são os que mais merecem
nossa atenção.
Ao terceiro dia após a crucificação, Maria foi ao sepulcro velar o
corpo de Cristo. Encontrou o local aberto e, ao lado de fora, Jesus. Mas
Maria não o reconheceu, pensando tratar-se de um jardineiro (João, 20 :
1-17). Ao ler essa Palavra, penso que Jesus demonstra que ressuscitou
no olhar de cada um de nós e dos que nos cercam. Principalmente dos
desconhecidos e mais humildes, com os quais temos obrigação de seguir o
ensinamento cristão, compartilhando o pão e o projeto conjunto de um
mundo de “vida em abundância” (João, 10 : 10).
É o que Ele ensinou no Evangelho, ao mostrar como viviam os Apóstolos
após a ressurreição de Cristo a fim de seguir seus ensinamentos. “A
multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma. Ninguém dizia que
eram suas as coisas que possuía, mas tudo entre eles era de todos”
(Atos, 4 : 32). Ou seja, viviam um mundo de partilha e comunhão,
portanto de justiça plena. Em outras passagens Ele já havia deixado
clara a importância da partilha para o futuro da humanidade. “O Espírito
do Senhor está sobre mim, porque me ungiu para anunciar a Boa-Nova aos
pobres; enviou-me a proclamar a libertação aos cativos e, aos cegos, a
recuperação da vista; a mandar em liberdade os oprimidos” (Lucas, 4 :
18).
Que os ensinamentos pascoais nos encham de inspiração para encarar
nossos desafios, que são gigantescos em nosso estado. Transformá-lo em
um lugar melhor consome o trabalho diário de todos nós. Mas tenho
certeza que estamos no caminho certo e que os frutos estão sendo
recompensadores. Tenho a convicção de que a Verdade e a Luz, que emanam
das palavras acima, sempre vencem confusões, mentiras e armações.
Feliz
Páscoa a todos!
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