Por G1, Brasília
Imagens
mostram senador do PSDB investigado pela Lava Jato com trajes
esportivos. Para investigadores, parlamentar falou de motociclistas em
escuta para se referir a delatores.
A defesa do senador Aécio Neves (PSDB-MG) enviou ao Supremo Tribunal
Federal (STF) fotografias em que o parlamentar mineiro está posando ao
lado de motociclistas. A intenção do advogado de Aécio é tentar rebater
interpretação da Polícia Federal (PF) – divulgada em relatórios da
Operação Lava Jato – sobre um diálogo que o senador tucano manteve, em
abril deste ano, com um interlocutor tratado como “Moreno”.
A investigação sobre Aécio – aberta com base na delação do grupo
empresarial J&F – captou diversas conversas do senador por meio de
interceptações telefônicas. Ele é investigado por suposta prática de
corrupção e obstrução às investigações. O parlamentar nega as suspeitas e
diz que foi alvo de uma armação.
O tucano é alvo de seis inquéritos no Supremo por suspeitas de
envolvimento em esquemas de corrupção. O mais recente deles investiga se
ele e familiares receberam propina do empresário Joesley Batista, dono do frigorífico JBS.
O documento enviado ao tribunal pelo criminalista Alberto Toron com as
reproduções das fotografias de Aécio se refere ao inquérito originado
das delações dos executivos da holding J&F, controladora da JBS.
Nas imagens antigas de arquivo pessoal encaminhadas ao STF, Aécio Neves
aparece vestindo trajes esportivos ao lado de motociclistas, indicando
que seria um hobby dele andar de moto.
Na conversa com o homem chamado Moreno, registrada em 29 de abril deste
ano, Aécio fala sobre “motoqueiros malucos que falaram qualquer coisa” e
que, “em vez de chamar, eles resolveram se antecipar”.
Na mesma conversa, Aécio pede ao interlocutor (ainda não identificado
pelos investigadores) para ler uma reportagem do “Estadão”, referência a
reportagem publicada naquele dia no jornal "O Estado de S. Paulo" sobre
um acréscimo que o dono da construtora Andrade Gutierrez, Sérgio
Andrade, faria no acordo de delação premiada acertado pela empreiteira
mineira com o Ministério Público Federal (MPF).
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